Em fevereiro de 2019, o departamento governamental no Reino Unido de Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA), anunciou os resultados de uma investigação que comprovou práticas comerciais desleais em sites de OTAs.
Agora, a CMA está cobrando que esses sites mudem suas práticas que prejudicam tanto consumidores quanto os hotéis, até o dia 1° de Setembro deste ano.
A investigação, que deu início em Setembro de 2017 e teve sua conclusão Fevereiro deste ano, concluiu práticas de venda manipuladas em algumas das OTAs monitoradas. Dentre o grupo investigado, estavam as gigantes da hotelaria: Expedia, Booking.com e Trivago.
De acordo com o inquérito, alguns sites de distribuição hoteleira praticam descontos enganosos, manipulam preços e criam sensos de urgência com anúncios falsos. Agora, esses sites serão obrigadas formalmente a mudarem a forma como operam.
De acordo com a CMA, anúncios nas OTAs que indicavam falsamente “só mais um quarto disponível” e “reservado 4x nas últimas 24h”, levavam os consumidores a superestimarem a popularidade dos quartos e a tomarem decisões baseadas em fatos manipulados.
Outra exigência da CMA é que as OTAs deixem claro os critérios de rankeamento dos hotéis nessas plataformas. Por exemplo, se e quando a posição do hotel é influenciada pelo valor da comissão paga ao site.
Além disso, as OTAs deverão deixar claro ao hóspede, no preço anunciado, quais as tarifas extras, que normalmente ficam escondidas até o final do processo de reserva.
Quais são as práticas comerciais desleais das OTAs
Pesquisas prévias ao lançamento oficial da investigação constataram alguns casos preocupantes. Entre os casos inicialmente averiguados estavam:
- Um quarto de hotel em Nova York tinha sido anunciado por 166,00 euros. Porém, quando o viajante clicava para reservar, o quarto ficava 27% mais caro, com a inclusão de taxas e outros impostos que aumentaram o valor para 211,00 euros.
- O site de viagens Expedia anunciou uma noite no Hotel Alsisar em Jaipur, Índia, por 37,29 euros. Supostamente, o preço original era de 109,00 euros, o que parecia um ótimo desconto para o viajante. Porém, a mesma noite, se reservada diretamente no site do hotel, estava sendo cobrada por 34,35 euros.
- Em um email promocional, Hotels.com anunciou que a estadia de uma noite em um hotel de luxo em Londres estava 388,00 euros. Porém, o preço mais baixo encontrada para qualquer data no site oficial do hotel estava em 488,00 euros.
- Não tem como verificar a veracidade de anúncios que alegam que um número específico de viajantes estão procurando pelo mesmo hotel em determinada data ou se estão procurando apenas por hospedagens no mesmo período.
Ao todo, foram seis empresas investigadas. No entanto, a CMA deixou claro que não foi constatado infração em todos as OTAs envolvidas. Mesmo assim, de acordo com o site de notícias Panrotas, “a autoridade de concorrência afirma que vai monitorar a conformidade e que espera que outras OTAs, metabuscadores e cadeias de hotéis sigam o mesmo cronograma”.